XICO CHAVES

[MINIBIO]


Formado em Artes e Ciência da Comunicação pela Universidade de Brasília e Centro Universitário de Brasília, Notório Saber em Artes Visuais pela Universidade de Brasília(UnB), artista visual, poeta e produtor cultural, radicado no Rio de Janeiro. Realizou diversas exposições no Brasil e exterior, publicou livros de poesia, participando de movimentos poéticos e artísticos contemporâneos. Possui letras de música gravadas por diversos parceiros e intérpretes, dentre eles, Geraldo Azevedo, Jards Macalé, Elba Ramalho, Boca Livre, Zé Renato, Nara Leão, Cláudio Nucci, Marlui Miranda, Caetano Veloso, Vinícius Cantuária e Antonio Adolfo. Tem se dedicado às linguagens multimídia em arte contemporânea e utilização de pigmentos minerais em pinturas. Realiza trabalhos de criação artística em TV, Vídeo e fotografia. Na administração pública coordenou e dirigiu projetos culturais nacionais e internacionais. Foi diretor da Divisão de Audiovisual do Governo do Rio de Janeiro, assessor especial e curador do Museu Nacional de Belas artes e Coordenador da Assesoria Especial da Presidência da Funarte, implementando o programa Microprojetos Culturais Funarte/Minc/SAI, dirigido `a região do semiárido. Atualmente é diretor do Centro de Artes Visuais da Funarte, onde vem estimulando, desde 2004, através de programas consistentes, a difusão e fomento das Artes Visuais em todos os territórios brasileires. Dentre os projetos realizados, podemos citar: programa Rede Nacional Funarte artes Visuais, programa Conexões Artes Visuais, Grande Área, Bola na Rede, Ponto Transição e Natureza Viva - Ambiente Cerrado.

[CRONOLOGIA]

Década de 1950

Na infância, acompanha os pais em suas viagens e residências pelo Brasil, entre cerrados, montanhas, rios, minas de ferro, chumbo, lavras de diamantes, siderúrgicas. Testemunha o desenvolvimento industrial e a cultura de massa chegarem a essas regiões. Sob influência de parentes músicos, poetas, fotógrafos, educadores e folias, congos, serestas, bossa nova, rock and roll, TV, histórias em quadrinhos e cinema americano, escreve os primeiros poemas.

Década de 1960

Vive e estuda em Uberaba (MG), quando realiza suas primeiras pinturas. Trabalha em um programa de rádio voltado para a adolescência e juventude. Participa de grupos de teatro vanguardistas, recitais e blocos de carnaval. Compõe suas primeiras letras de música. Participa ativamente do movimento estudantil secundarista. Ingressa na organização de esquerda Política Operária (POLOP). É premiado em festivais de música e tem a sua primeira letra gravada. Publica em mimeógrafo seu primeiro livro de poemas. Publica experimentações poéticas no Suplemento Literário do Correio Católico de Uberaba (MG), editado por Guido Bilharinho. Ingressa no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília (UnB). Frequenta os cursos de artes, cenografia, autoria e direção de artes cênicas. Conhece o concretismo e o neoconcretismo, quando cria seus primeiros poemas-processo. Engaja-se no Núcleo de Formação do Partido Socialista da Revolução Brasileira (NFPSRB). Aprofunda a sua participação no movimento estudantil, sendo eleito presidente do diretório de artes, vice-presidente da Federação dos Estudantes da Universidade de Brasília e da Executiva Nacional de Estudantes de Artes/Arquitetura. Realiza intervenções artísticas de cunho político no Distrito Federal. É preso, pelas forças da ditadura, quando participava do XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, em 1968, sendo solto logo depois. Tem os direitos estudantis ilegalmente cassados. É procurado pelos órgãos de repressão, sendo obrigado a se refugiar em Niterói (RJ). Nesse período, participa do Movimento Popular de Libertação (MPL) e sobrevive graças aos prêmios ganhos em festivais de música e pintura de painéis de beira de estrada.

Década de 1970

Absolvido pelo Supremo Tribunal Militar, volta a Brasília, onde cursa a Faculdade de Ciência da Comunicação no Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB) e incorpora seus créditos do curso de Artes da UnB. Participa dos movimentos de contracultura junto ao grupo editorial e de atividades artísticas TRIBO. Escreve poemas e letras de músicas, e realiza experimentações poéticas e visuais. Trabalha como estagiário no jornal O Globo e no jornal O Estado de S. Paulo. Torna-se diretor de criação da Agência Brasileira de Comunicação. Vigiado e perseguido novamente pela repressão militar, termina o curso de Ciência da Comunicação. Casa-se por procuração com a chilena Flôr Maria Opazo Baltra e se exila no Chile. Em Santiago, estuda tecnologia do som e participa das grandes manifestações de rua com o grupo de artes e intervenções políticas urbanas ANTACH. Volta ao Brasil um mês antes do golpe de Estado que destituiu Salvador Allende, para morar no Rio de Janeiro. Trabalha em publicidade e escreve uma coluna sobre tecnologia do som no jornal O Globo. Idealiza, produz e apresenta espetáculos de música e poesia com artistas de diversas gerações, em espaços alternativos da cidade. No MAM RJ produz e dirige, com Jards Macalé, o histórico show Banquete dos Mendigos, realizado no Dia dos Direitos Humanos e que contou com a parceria da ONU e a participação de renomados artistas. O show se transforma em um álbum duplo. Participa de diversos movimentos poéticos independentes. Publica Pipa, livro de apenas uma página, com 100 poemas e o cordel urbano “Purpurina”. É nomeado diretor da Divisão de Audiovisual do Governo do Estado. Pesquisa e documenta a arte popular no estado do Rio de Janeiro e coordena a produção de filmes documentários. Cria e dirige eventos musicais, poéticos e de ocupação artística da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Publica em diversas revistas e jornais alternativos, entre eles a revista GAM. Suas letras de música são gravadas por diversos parceiros e intérpretes da música popular brasileira, entre eles, Macalé, Elza Maria, Zé Renato, Cláudio Nucci, Marlui Miranda, Vinícius Cantuária e Roberto Menescal. É convidado para trabalhar nos setores de multimídia e editoração da Fundação Nacional de Arte (Funarte), e no Instituto Nacional de Artes Plásticas (INAP), onde coordena projetos expositivos. Trabalha com experimentações de poesia visual e inicia seu projeto de pesquisa e pintura com minerais e pigmentos naturais.

Década de 1980

Desdobra o projeto de pintura com minerais sobre diversos suportes e objetos. Continua a escrever, publicar e participar de eventos de performance. Coordena as exposições da Funarte. Concebe e apresenta, na TV Bandeirantes, sob direção de Maurice Capovilla, o programa Boca a Boca, com músicos e intérpretes emergentes dos anos 1980. Realiza programas de rádio. Grava experimentações sonoras e eletroacústicas com Vânia Dantas Leite. Publica o livro de poemas Trincheira de Espelhos. Participa, na PUC, da exposição Projeto Rádio Novela. Participa da Exposição Como Vai Você, Geração 80?, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Realiza a sua primeira individual, Luzz, nas Galerias Paulo Klabin (SP e RJ). Ingressa na ala de compositores da Mocidade Independente de Padre Miguel. Dirige a assessoria especial da presidência da Funarte e a ocupação dos galpões do Cais do Porto do Rio de Janeiro, com o cartunista Ziraldo. Continua a compor com diversos parceiros. Publica o livro de poemas poETa clandestino. Dirige shows de música e multimídia. Com vizinhos e amigos, funda os blocos de carnaval Suvaco do Cristo, Lira do Delírio e Bloco Virtual, embriões do carnaval de rua contemporâneo do Rio de Janeiro. Cria adereços e objetos alegóricos para o carnaval. Realiza projeto de pesquisa de aplicação de minerais e pigmentos em artes visuais com bolsa de apoio do CNPq. Expõe em diversas coletivas. Organiza a exposição internacional “Langsdorff de Volta da União Soviética para o Brasil“. Organiza, em Paris, a exposição Modernidade. Expõe a série Nova matéria. Diversifica o processo criativo de forma simultânea, incorporando poesia, pintura, objeto, intervenção e sonoridade. Ministra curso de aplicação de pigmentos naturais, minerais e materiais no Galpão 3D da EAV do Parque Lage. Realiza oficinas e palestras em diversos museus e escolas de arte. Viaja com alunos em pequenas expedições para minas de ferro e minérios. Suas obras são incorporadas a museus e coleções particulares. Participa de exposições de poesia visual como “eletropoesia” e “poesia imágica”.

Década de 1990

Participa ativamente do Movimento Nacional de Artistas pela Natureza, com Bené Fonteles, e da exposição coletiva itinerante Armadilhas Indígenas. Realiza a obra permanente Século XXI – resíduos e vestígios, para o Metrô de São Paulo. Assiste, como diretor interino do INAP, ao desmonte da Funarte. Cria uma instalação para o espetáculo Divina comédia, de Regina Miranda, no MAM RJ. Participa ativamente da Eco-92, com diversas exposições, palestras, intervenções e performances. Vai a Brasília durante o impeachment do presidente da República e realiza a emblemática interferência Olhos na Justiça. Engaja-se no movimento dos “caras-pintadas”, com intervenções urbanas e alegorias políticas. Expõe a série de pinturas Infinitos e limites. O vídeo Xico Chaves – Trajetória de uma pintura, dirigido por Felipe Lacerda e Patricia Bromirsk, é premiado no Centre Georges Pompidou, em Paris. Compõe, com Antonio Adolfo, letras de músicas para duas peças de teatro e disco infantis. Coordena o segmento de artes visuais da Ação da Cidadania Contra a Miséria e Pela Vida (Campanha Contra a Fome) junto ao sociólogo Betinho. Assume a direção da Escola de Artes Visuais do Parque Lage com os artistas Luiz Alphonsus de Guimaraens e Maria do Carmo Secco. Expõe a série de pinturas e objetos Lummens. Participa de diversas coletivas no país e no exterior. Participa da implantação do espaço Nise da Silveira no Centro Cultural da Saúde. Vai para o Museu Nacional de Belas Artes na Gestão de Heloisa Aleixo Lustosa, onde participa da concepção, curadoria e montagem de grandes exposições internacionais, exposições paralelas contemporâneas e de acervos. Coordena o projeto “Brasil Arte Origem”. Participa ativamente do carnaval de rua do Rio. Refunda, com outros artistas, o histórico Cabaré Kalessa, na Praça Mauá. Intensifica a sua produção de artes e poesia visual. Lança, em parceria com Sylvia Cyntrão, o livro Da Pauliceia à Centopéia Desvairada (As vanguardas e a MPB). Tem obra incluída na exposição internacional itinerante The Millenium Art Collection.

Década de 2000 em diante

Nasce sua filha Joanna, com Kenny Neoob. Instala ateliê no Canal de Marapendi, na Barra da Tijuca. Lança os livros-objeto de pedra, discos, CDs e disquetes fósseis do futuro. Amplia a produção de objetos/artefatos com minerais. Pinta em variadas linguagens e formatos. Continua a pesquisa sobre pigmentos, aglomerantes e mídias. Realiza exposições e curadorias com o acervo do Museu Nacional de Belas Artes. Recebe bolsa de pesquisa da Faperj. Organiza exposições contemporâneas com diversos artistas. Inaugura, simultaneamente, as exposições com as séries Arqueoplanos e Fragmentos intercalares. Coordena o Núcleo Museu das Origens no Museu Nacional de Belas Artes. Participa do grupo Artes Visuais Políticas. Idealiza e encaminha o seminário “Arte/Estado”. É nomeado diretor do Centro de Artes Visuais da Funarte em sua nova reestruturação. Apresenta, no Museu da República, a instalação Obelístico / a tragédia cômica dos cavalos de pau. Realiza intervenções em espaços públicos. Na Funarte, idealiza e dirige os projetos “Rede Nacional Funarte Artes Visuais”, os programas de ocupação de espaços “Projéteis de Arte Contemporânea” (RJ), “Atos Visuais e Marquise” (DF) “eSPaços de Artes Visuais” (SP), “Programa Editorial de Artes Visuais” (elaborado por Glória Ferreira), “Conexão Artes Visuais MinC/Funarte/Petrobras” e vários programas de arte contemporânea como desdobramentos paralelos. Articula, junto ao MinC/Funarte, a Câmara Setorial de Artes Visuais. No ateliê, produz grande fluxo de trabalhos. Participa de diversas exposições coletivas. Participa da fundação do bloco e coletivo de artistas Vade Retro. Começa a documentar, com foto e vídeo, foliões e blocos. Participa do projeto de revitalização das marchinhas de carnaval promovido por Perfeito Fortuna na Fundição Progresso. Assume a assessoria especial da Funarte, onde coordena os “Microprojetos + Cultura para o Semiárido” e “Amazônia Legal”. Participa de inúmeras exposições coletivas de artes visuais, poesia-objeto, poesia visual e instalações poéticas, como Obranome e Quatrilho, organizadas pelo artista e curador Wagner Barja. Apresenta trabalhos e palestras para a Bienal Internacional de Poesia (DF), sob direção de Antonio Miranda. Produz diversas séries de trabalhos com minerais e pigmentos (Marès, LUZZ e Nova matéria). Recebe o título de Notório Saber em Artes Visuais pela Universidade de Brasília. Inaugura, no Oi Futuro Ipanema, a instalação poética Siga. Apresenta, no Oi Futuro Flamengo, com curadoria de Alberto Saraiva e patrocínio da Oi, da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e realização da Fase 10 – Ação Contemporânea, a exposição multimídia Órbita-Poética-Xico Chaves. Reassume a direção do Centro de Artes Visuais da Funarte. Cria a intervenção urbana Ficha Brasília Ibiúna 68 na mostra contemporânea Aberto Brasília, promovida pelo CCBB/AVE. Participa do projeto “Transperformance” com a intervenção/performance A.M.O.R. / A.R.T.E.